O Selo ‘Open to Work’: Aliado ou Inimigo na Busca por Oportunidades?
Caro leitor,
A polêmica em torno do selo ‘open to work’ no LinkedIn continua a gerar debates acalorados entre profissionais. Enquanto alguns defendem sua eficácia para atrair oportunidades, outros levantam dúvidas sobre seu impacto negativo em suas carreiras. Neste artigo, quero explorar os prós e contras desse recurso, para que você possa decidir se deve ou não adotá-lo no seu perfil.
O selo ‘open to work’ surgiu como uma iniciativa do LinkedIn em 2020, durante a pandemia de COVID-19, com o intuito de ajudar aqueles que estavam desempregados a serem localizados por recrutadores. Desde então, no entanto, sua aceitação tem enfrentado desafios, especialmente no contexto brasileiro, onde o preconceito muitas vezes marca o julgamento de profissionais que estão fora do mercado de trabalho.
É inegável que o selo pode ser visto como uma “placa de preços” que expõe a vulnerabilidade do profissional. Para muitos, isso pode resultar em discriminação, desencorajando conexões com aqueles que estão rotulados como “desempregados”. Há relatos de profissionais que, ao usarem o selo, notaram um declínio em seu engajamento e na aceitação de seus convites de conexão.
Além disso, essa transparência pode interferir na dinâmica de negociação salarial. Quando um candidato é percebido como “desesperado” por um emprego, isso pode levar o recrutador a assumir uma posição de maior controle na negociação, limitando o poder de barganha do profissional. O ideal é que o recrutador busque o candidato, e não o contrário.
Por outro lado, alguns profissionais relatam experiências positivas após adicionarem o selo ao seu perfil. A capacidade de especificar o tipo de trabalho desejado — remoto, híbrido ou presencial — pode facilitar que recrutadores identifiquem candidatos qualificados para vagas urgentes, aumentando assim as chances de ser contatado.
Mas, como já mencionei, existem alternativas para conseguir os mesmos benefícios sem a necessidade de expor sua situação atual. Ao configurar suas preferências de emprego na seção “tenho interesse em…” do seu perfil, é possível tornar suas intenções visíveis apenas para recrutadores, evitando a exposição desnecessária para sua rede.
Então, a pergunta que não quer calar: devo ou não usar o selo ‘open to work’?
A resposta não é simples, pois depende da sua situação individual. Se você está empregado e busca novas oportunidades, é aconselhável evitar o selo para não criar desconforto em sua posição atual. Por outro lado, se você está realmente em busca de um novo desafio e acredita que isso pode facilitar suas conexões, o selo pode ser uma ferramenta útil.
Convido você a refletir sobre essa decisão e, se sentir à vontade, compartilhar nos comentários suas experiências e opiniões sobre o uso do selo ‘open to work’. Conte para nós a sua experiência.
Até a próxima,
Fabiana Santiago