Desigualdades de Gênero e Étnicas nas Percepções de Cultura Organizacional e Saúde Mental
Caro leitor,
Um estudo recente conduzido pela Newa, em parceria com a Opinion Box e a AGC Consultoria, traz à tona importante discussão sobre as diferentes percepções de colaboradores sobre cultura organizacional e saúde mental. Os dados revelam que homens e mulheres enxergam as iniciativas das empresas de maneiras significativamente distintas, apresentando desigualdades que merecem atenção, especialmente em ambientes de trabalho inclusivos.
Cultura Organizacional e Apoio à Saúde Mental
Os achados do estudo são alarmantes: 25,9% dos profissionais afirmam que suas organizações não oferecem nenhum tipo de apoio em relação à saúde mental. Essa lacuna é ainda mais sentida por mulheres, especialmente as negras, que enfrentam uma combinação de discriminação de gênero e raça. A CEO da Newa, Carine Roos, destaca que “as mulheres negras não apenas sofrem com a falta de reconhecimento, como também têm suas necessidades emocionais frequentemente ignoradas”. Surpreendentemente, apenas 24,2% das mulheres acreditam que o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é respeitado em suas empresas, em comparação com 31,9% dos homens.
Desigualdade de Gênero e Saúde Mental
Outro ponto relevante levantado pela pesquisa é a resistência dos homens em buscar apoio psicológico. Enquanto 31,3% afirmam nunca ter considerado essa opção, impressionantes 78,1% nunca tiraram licença médica por motivos de saúde mental. “A relutância dos homens em buscar ajuda demonstra a necessidade de desconstruir estigmas e criar um ambiente mais acolhedor”, ressalta Carine Roos. Em contrapartida, as mulheres relatam um impacto negativo da carga de trabalho sobre sua saúde mental, com 28% afirmando que o trabalho afeta negativamente seu bem-estar, em comparação com 16,9% dos homens.
Disparidades na Comunicação e Modelos de Trabalho
As diferenças de avaliação na comunicação interna sobre saúde mental entre os gêneros também precisam ser abordadas. Enquanto 35% dos homens consideram a comunicação “boa”, apenas 29,2% das mulheres compartilham essa visão. A pesquisa também destaca as desigualdades no acesso a políticas de home office, onde 57,14% dos trabalhadores remotos são brancos, em contraste com 36,61% dos negros. A preferência pelo trabalho remoto foi avaliada positivamente por 83,04% dos entrevistados, especialmente 49,1% das mulheres, indicando a importância da flexibilidade no ambiente corporativo.
Necessidade de Mudanças Estruturais
Os dados revelados pela pesquisa são um chamado à ação para as empresas. É crucial que se promovam mudanças estruturais visando alcançar uma verdadeira equidade. Carine Roos conclui que “a promoção da saúde mental e a criação de uma cultura organizacional inclusiva precisam ser prioridades. Somente assim conseguiremos construir ambientes de trabalho mais equilibrados e acolhedores para todos”.
As percepções sobre a cultura organizacional e o apoio à saúde mental revelam não apenas desigualdades de gênero, mas também discriminações étnicas que precisam ser cuidadosamente abordadas.
O que você pensa sobre esses achados? Deixe os seus comentários neste post e conte a sua experiência.
Obrigada e até próxima,
Fabiana Santiago